Fotos Sílvio Simões
Ceramista produz, em família, peças inspiradas nas tradições culturais e religiosas do Estado de Goiás
Para manter-se no mercado e oferecer produtos cada vez melhores, Gabriel faz questão de qualificar-se
Gabriel produz peças decorativas e utilitárias, como petisqueiras, farinheiras, galinhas para cozinha, lembranças de aniversário, vasos de parede, jarros para água e muitos outros objetos
Além de Gabriel, trabalham em seu ateliê, em Goianira, sua esposa, mãe, sogra e os três filhos
Anna Canêdo - Goiânia
Gabriel Machado trabalha com cerâmica há mais de vinte anos. Há dez, vive exclusivamente desta renda e trabalha também como educador social em uma organização não-governamental. Goianiense, formou-se em Artes Visuais pela Universidade Federal de Goiás (UFG), quando apresentou sua monografia sobre processo de produção artesanal de peças de cerâmica. O trabalho é realizado em família.
Além de Gabriel, trabalham em seu ateliê, em Goianira (30km de Goiânia), sua esposa, mãe, sogra e os três filhos. Durante algum tempo, ministrou aula de modelagem na Fundação Jaime Câmara e hoje tem alguns alunos particulares, a quem atende em casa. “Levo a matéria-prima e, depois de modeladas, trago para secar. Depois as levo de volta para que eles finalizem o processo”, explica o ceramista.Até pouco tempo, Gabriel colocava suas peças em exposição em galerias de Goiânia, em regime de consignação. “Mas desisti, não compensa. Nas galerias, as peças são colocadas à venda pelo dobro ou mais do valor que eu as repasso. Daí às vezes elas não vendem, ficam paradas na galeria e eu perco a venda também”, diz. Hoje, além de seu ateliê, ele vende suas peças na Feira do Cerrado e na Central de Artesanato Goiano. O preço depende muito da peça, mas pode-se comprar vasos de parede por até R$ 5,00. Na Feira do Cerrado é possível ainda ver o ceramista produzir as suas peças. “Acho importante que as pessoas possam acompanhar o processo. É demorado, artesanal mesmo, e nem sempre recebemos o devido valor”, diz.Para manter-se no mercado e oferecer produtos cada vez melhores, o ceramista faz questão de qualificar-se. Gabriel participa com freqüência de oficinas no Sebrae, além de fazer parte da Central de Artesanato. “O Sebrae é um grande parceiro. No mês passado estive em São Paulo, no Espaço Saber Fazer, a convite do Sebrae, durante evento realizado pelo Ministério do Turismo”, conta o ceramista. Além dos cursos do Sebrae, Gabriel procura sempre outras opções para garantir sua qualificação. Participou, por duas vezes, do Congresso Nacional da Arte sobre o Fogo, em São Paulo. Como expositor, já fez o Salão Nacional de Arte Popular, em Recife, e recentemente, o Empório Sebrae na Casa Cor GoiásGabriel produz peças decorativas e utilitárias, como petisqueiras, farinheiras, galinhas para cozinha, lembranças de aniversário, vasos de parede, jarros para água e muitos outros objetos. Mas trabalha prioritariamente com a iconografia do Estado de Goiás, principalmente elementos ligados às cidades de Goiás e Pirenópolis. Tem preferência pelos farricocos e as cavalhadas. Além disso, Gabriel também desenvolve trabalhos sob encomenda. “As peças mais solicitadas são as imagens sacras. São Francisco, em especial, é bastante pedido”, diz. Entre seus trabalhos, Gabriel destaca o Santo Antônio de três metros que fez para a entrada da cidade, de mesmo nome, e um painel para a capela do Colégio Marista.Valor
Segundo o ceramista, seus clientes são, na maioria, pessoas que possuem alguma ligação com arte e que não necessitam do salário para adquirir as peças. “Normalmente as pessoas ligadas à arte de alguma maneira tendem a valorizar mais esse tipo de trabalho”, avalia. Atualmente, está com uma encomenda para entregar 500 pequenas máscaras, réplicas em miniatura semelhantes às utilizadas pelos mascarados durante as cavalhadas de Pirenópolis. A produção das peças passa por um processo demorado. O ceramista as produz em seu ateliê, em Goianira, e as leva para queimar em um forno de cerâmica, em Nova Veneza. Depois disso, volta com as peças para Goianira, para realizar o acabamento e então as comercializa em Goiânia. Gabriel mora em Goianira há 18 anos e acredita que aplicar o processo artesanal no interior mais fácil do que em Goiânia. “Sempre extraí o barro em chácaras. Este mês, pela primeira vez, comprei um caminhão de barro já extraído, o que facilitou o meu trabalho”, comemora.
Mesmo com o barro já extraído, Gabriel ainda precisa limpá-lo, retirar pedras, raízes, quebrar os blocos maiores e umedecê-lo para passar na máquina. Deixa a massa dormir de um dia para o outro e, depois, prepara o barro na máquina. Aí, sim, começa a moldar as peças. Depois de moldada, a peça seca na sobra, pois o sol pode rachá-la. Leva cerca de uma semana para secar. Depois de seca, é levada para o forno, onde fica de 12 a 14 horas queimando. Retirada do forno e já de volta em Goianira, a peça passa por um processo de restauro, lixa e pintura e aí sim, está pronta para a venda. “Cada um cuida de uma etapa da produção. É a vantagem de se trabalhar em família”, garante Gabriel.Viagem à Itália
Gabriel vai passar um mês na cidade de San Giovane, na Itália. A proposta partiu de uma ex-aluna, que mudou-se para lá. O projeto é ministrar aulas sobre o processo artesanal de produção de peças em cerâmica, para crianças, abordando o processo de construção da Cidade de Goiás. Toda a oficina será embasada na cultura goiana. Segundo Gabriel, o objetivo é levar um pedaço da Cidade de Goiás à Itália. “Sou regionalista. Adoro o meu Estado e me orgulho da minha cultura”, diz. Para a viagem, o ceramista levou um painel que retrata as Cavalhadas de Pirenópolis e uma imagem de São Francisco cercado por animais do cerrado.
Serviço:Ceramista Gabriel Machado: (62) 3516-2236 / 8465-7930Ateliê: Rua 08, Quadra 04, Lote 15, Setor Sobradinho – Goianira (GO)edgabrielm@hotmail.com Agência Sebrae de Notícias (ASN Goiás): (62) 3250-2268
Para manter-se no mercado e oferecer produtos cada vez melhores, Gabriel faz questão de qualificar-se
Gabriel produz peças decorativas e utilitárias, como petisqueiras, farinheiras, galinhas para cozinha, lembranças de aniversário, vasos de parede, jarros para água e muitos outros objetos
Além de Gabriel, trabalham em seu ateliê, em Goianira, sua esposa, mãe, sogra e os três filhos
Anna Canêdo - Goiânia
Gabriel Machado trabalha com cerâmica há mais de vinte anos. Há dez, vive exclusivamente desta renda e trabalha também como educador social em uma organização não-governamental. Goianiense, formou-se em Artes Visuais pela Universidade Federal de Goiás (UFG), quando apresentou sua monografia sobre processo de produção artesanal de peças de cerâmica. O trabalho é realizado em família.
Além de Gabriel, trabalham em seu ateliê, em Goianira (30km de Goiânia), sua esposa, mãe, sogra e os três filhos. Durante algum tempo, ministrou aula de modelagem na Fundação Jaime Câmara e hoje tem alguns alunos particulares, a quem atende em casa. “Levo a matéria-prima e, depois de modeladas, trago para secar. Depois as levo de volta para que eles finalizem o processo”, explica o ceramista.Até pouco tempo, Gabriel colocava suas peças em exposição em galerias de Goiânia, em regime de consignação. “Mas desisti, não compensa. Nas galerias, as peças são colocadas à venda pelo dobro ou mais do valor que eu as repasso. Daí às vezes elas não vendem, ficam paradas na galeria e eu perco a venda também”, diz. Hoje, além de seu ateliê, ele vende suas peças na Feira do Cerrado e na Central de Artesanato Goiano. O preço depende muito da peça, mas pode-se comprar vasos de parede por até R$ 5,00. Na Feira do Cerrado é possível ainda ver o ceramista produzir as suas peças. “Acho importante que as pessoas possam acompanhar o processo. É demorado, artesanal mesmo, e nem sempre recebemos o devido valor”, diz.Para manter-se no mercado e oferecer produtos cada vez melhores, o ceramista faz questão de qualificar-se. Gabriel participa com freqüência de oficinas no Sebrae, além de fazer parte da Central de Artesanato. “O Sebrae é um grande parceiro. No mês passado estive em São Paulo, no Espaço Saber Fazer, a convite do Sebrae, durante evento realizado pelo Ministério do Turismo”, conta o ceramista. Além dos cursos do Sebrae, Gabriel procura sempre outras opções para garantir sua qualificação. Participou, por duas vezes, do Congresso Nacional da Arte sobre o Fogo, em São Paulo. Como expositor, já fez o Salão Nacional de Arte Popular, em Recife, e recentemente, o Empório Sebrae na Casa Cor GoiásGabriel produz peças decorativas e utilitárias, como petisqueiras, farinheiras, galinhas para cozinha, lembranças de aniversário, vasos de parede, jarros para água e muitos outros objetos. Mas trabalha prioritariamente com a iconografia do Estado de Goiás, principalmente elementos ligados às cidades de Goiás e Pirenópolis. Tem preferência pelos farricocos e as cavalhadas. Além disso, Gabriel também desenvolve trabalhos sob encomenda. “As peças mais solicitadas são as imagens sacras. São Francisco, em especial, é bastante pedido”, diz. Entre seus trabalhos, Gabriel destaca o Santo Antônio de três metros que fez para a entrada da cidade, de mesmo nome, e um painel para a capela do Colégio Marista.Valor
Segundo o ceramista, seus clientes são, na maioria, pessoas que possuem alguma ligação com arte e que não necessitam do salário para adquirir as peças. “Normalmente as pessoas ligadas à arte de alguma maneira tendem a valorizar mais esse tipo de trabalho”, avalia. Atualmente, está com uma encomenda para entregar 500 pequenas máscaras, réplicas em miniatura semelhantes às utilizadas pelos mascarados durante as cavalhadas de Pirenópolis. A produção das peças passa por um processo demorado. O ceramista as produz em seu ateliê, em Goianira, e as leva para queimar em um forno de cerâmica, em Nova Veneza. Depois disso, volta com as peças para Goianira, para realizar o acabamento e então as comercializa em Goiânia. Gabriel mora em Goianira há 18 anos e acredita que aplicar o processo artesanal no interior mais fácil do que em Goiânia. “Sempre extraí o barro em chácaras. Este mês, pela primeira vez, comprei um caminhão de barro já extraído, o que facilitou o meu trabalho”, comemora.
Mesmo com o barro já extraído, Gabriel ainda precisa limpá-lo, retirar pedras, raízes, quebrar os blocos maiores e umedecê-lo para passar na máquina. Deixa a massa dormir de um dia para o outro e, depois, prepara o barro na máquina. Aí, sim, começa a moldar as peças. Depois de moldada, a peça seca na sobra, pois o sol pode rachá-la. Leva cerca de uma semana para secar. Depois de seca, é levada para o forno, onde fica de 12 a 14 horas queimando. Retirada do forno e já de volta em Goianira, a peça passa por um processo de restauro, lixa e pintura e aí sim, está pronta para a venda. “Cada um cuida de uma etapa da produção. É a vantagem de se trabalhar em família”, garante Gabriel.Viagem à Itália
Gabriel vai passar um mês na cidade de San Giovane, na Itália. A proposta partiu de uma ex-aluna, que mudou-se para lá. O projeto é ministrar aulas sobre o processo artesanal de produção de peças em cerâmica, para crianças, abordando o processo de construção da Cidade de Goiás. Toda a oficina será embasada na cultura goiana. Segundo Gabriel, o objetivo é levar um pedaço da Cidade de Goiás à Itália. “Sou regionalista. Adoro o meu Estado e me orgulho da minha cultura”, diz. Para a viagem, o ceramista levou um painel que retrata as Cavalhadas de Pirenópolis e uma imagem de São Francisco cercado por animais do cerrado.
Serviço:Ceramista Gabriel Machado: (62) 3516-2236 / 8465-7930Ateliê: Rua 08, Quadra 04, Lote 15, Setor Sobradinho – Goianira (GO)edgabrielm@hotmail.com Agência Sebrae de Notícias (ASN Goiás): (62) 3250-2268
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